terça-feira, 6 de outubro de 2009

Vamos escrever?

Sou professora de Arte Fiquei muito feliz em poder participar deste curso, embora não tenha experiência em trabalhar com redação propriamente dita. Mas para minha felicidade e com certeza - futuramente - dos nossos alunos, nos cadernos de Arte, atualmente, há um espaço para que o aluno registre as discussões das aulas. Aos poucos, fui percebendo que para meus alunos, escrever/fazer registro - não estava relacionado a uma reflexão do que se aprendeu/discutiu. É uma atividade que pertence só aos professores de Português. "O que estava pretendendo? Escrever não faz parte das aulas de Arte!"
Durante o trabalho,com muita insistência e produção de sínteses coletivas (como escriba) - para que todos copiem depois, venho refletindo sobre esse fenomeno - de não querer escrever. Percebi os aspectos levantados no texto em relação a alguns motivos que tornam a escrita tão difícil para nosso alunos: objetivos equivocados para a produção textual na escola; ausência de reflexões sobre as produções pessoais dos alunos - devido ao grande número de alunos por sala; professores - de todas as áreas do conhecimento - sem a consciência de que escrever é muito mais do que produzir redações, narrações e dissertações; preocupação com nota/ortografia e gramática; curriculo exigente, sem reconhecer e respeitar a comunidade cultural e social dos alunos (todos precisam ser amalgamados numa mesma estrutura de escrita?); professores mal reconhecidos, com baixa auto-estima, sem condições físicas e psicológicas de inovar/continuar aprendendo. Existem as exceções, educadores aflitos, buscando soluções...Enfim, muitos são os obstáculos que precisamos vencer nesta caminhada do ensino da redação.
Caminhos para uma "aula de redação" significativa? Recuperar a "ignorância" básica de nossos alunos e aos poucos iluminá-los como em uma "clareira", dando-lhes oportunidade de querer descobrir-se, de interagir com os outros neste mundo de significados, através da escrita.